Mais imobiliárias significa também uma falta de “requisitos apertados”. Esta é a conclusão que se pode tirar do grande aumento registado no número de imobiliárias registado nos últimos: desde 2013, o número de licenças emitidas pelo Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção (IMPIC) disparou 236%.
Segundo o portal SUPERCASA, parceiro da H URB, e que cita dos dados do organismo público, no final de 2013, estavam ativas 2908 licenças de empresas de mediação imobiliária, mas, no final de 2023, estavam ativas 9762 licenças, um número que inclui as licenças de empresas sem atividade. Só no ano passado, foram emitidas 1783 novas licenças.
Ao portal, o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) Paulo Caiado indica que os dados apresentam “um crescimento muito grande” no número de mediadoras e que é um sintoma da falta de “requisitos apertados” que iriam permitir regular a profissão. As preocupações da associação do setor vão mais longe e pede mais medidas, visto que, desde que haja o cumprimento dos requisitos legais, a empresa não perde licença, mesmo que não haja qualquer atividade.
Atualmente, o regulador está a trabalhar numa proposta de revisão da lei da mediação imobiliária. No entanto, o trabalho arrancou em 2021 e ainda não há qualquer aprovação.
Os especialistas preveem que 2024 será um ano de abrandamento do ritmo de vendas, devido à subida das taxas de juro e dos preços das casas. No entanto, isso não se deverá refletir na redução do número de empresas imobiliárias.