Cerca de 70 mil famílias poderão ter taxa de esforço acima dos 70% no final de 2023, diz BdP

Universo corresponde a 5% dos contratos de crédito à habitação ativos.
Sérgio Garcia/Your Image for ECB
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Com as prestações do crédito à habitação a aumentar, o governador do Banco de Portugal (BdP) Mário Centeno estima que no final do ano “cerca de 70 mil famílias poderão vir a ter despesas com o serviço do crédito à habitação permanente superiores a 505 do seu rendimento líquido”.

Segundo o portal idealista, que cita as declarações de Centeno, cada vez mais famílias, devido à subida das taxas Euribor, estão a debater-se com taxas de esforço superiores a 50%. Os dados do BdP divulgados esta segunda-feira indicam que, em dezembro de 2021, 35,6 mil contratos de crédito habitação registavam uma taxa de esforço superior a 50% e inferior a 100%. Ja no final do ano passado, o número de contratos nesta situação estava perto dos 46 mil.

As previsões para 2023 são, assim, pouco animadoras: “A encruzilhada traz maior aperto financeiro a famílias e empresas em resultado do ciclo de política monetária”, diz Centeno, acrescentando que, no final de dezembro, “cerca de 70 mil famílias poderão vir a ter despesas com o serviço de crédito à habitação permanente superiores a 50% do seu rendimento líquido. Isto corresponde a 5% das famílias com crédito habitação, num universo de 1,5 milhões de contrato ativos, em risco de chegar ao fim do ano a terem de canalizar mais de metade do seu orçamento mensal para pagar a prestação da casa.

Para o governador, “o reforço da poupança e a redução do endividamento, bem como os apoios públicos e o papel do setor bancário na prevenção do incumprimento podem mitigar estes riscos”.

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