Nas próximas semanas, a rede de Televisão Digital Terrestre (TDT) vai ser alterada. Mas calma: não é preciso subir ao telhado para substituir a antena nem tem de subscrever um serviço de televisão paga.
A H URB explica-lhe tudo.
A culpa é do 5G
Durante este ano, a Autoridade Nacional das Comunicações (ANACOM) determinou aprovou um calendário de alteração de frequências da TDT. Esta alteração não é feita pela ANACOM, mas sim pela MEO/Altice, operador que detém e presta o serviço de TDT em Portugal.
Estas alterações não são por acaso. A breve trecho, começará a ser introduzida a rede móvel de quinta geração (5G) que permitirá melhores comunicações áudio e vídeo. As operadoras têm apostado fortemente na introdução desta tecnologia no mercado português com testes piloto ou, mesmo, a disponibilização de equipamentos já preparados para receber esta rede. No entanto, o 5G funciona exatamente nas mesmas frequências que a TDT e, por isso, é necessário proceder a alterações.
Se o ecrã ficar sem imagem, é altura de mudar
O processo de mudança começou a 07 de fevereiro, tendo sido suspenso a 13 de março devido à pandemia de COVID-19. Quando estavam reunidas as condições, o processo foi retomado, de forma gradual, de sul para norte e terminando nas regiões autónomas, dividindo o país em oito regiões, sendo a que a região minhota é a última de Portugal Continental a receber as mudanças de frequências. O processo na chamada “Região 6” começou a 10 de setembro com a alteração das frequências dos emissores de Águeda e do Caramulo, sendo que a migração se prolongará até meados de novembro com a alteração de frequência do emissor de Ponte de Lima a 13 de novembro. Pode consultar o calendário de alterações de frequência no site da ANACOM.
No entanto, independentemente da data em que o seu ecrã ficar sem imagem, o processo para resolver é simples: só tem de fazer uma sintonia automática, usando o comando da sua box ou, mesmo, da televisão. Rapidamente, poderá voltar a ver RTP 1, RTP2, SIC, TVI, RTP 3, RTP Memória e ARTV.
Não é necessário substituir ou reorientar a antena, comprar uma box ou uma nova televisão ou mesmo contratar um serviço de televisão paga. Aliás, a ANACOM apela a que esse tipo de esquemas seja denunciado através de uma linha gratuita 800 102 002, que funciona todos os dias entre as 9h e as 22h. Atenção: para quem vive em edifícios ou condomínios, a mudança pode não ser tão pacífica. A ANACOM alerta que aqueles que “precisem de mudar de canal e que tenham instalações com amplificadores mono-canal poderão ter de os substituir”.
Se estiver com dificuldades em captar as novas frequências, a ANACOM também o(a) pode ajudar: basta que ligue para a linha 800 102 002 e, se telefonicamente não for possível ajudar, será enviado um técnico credenciado para resolver o problema. No entanto, a ANACOM alerta que os técnicos só se deslocam à casa dos utilizadores de TDT mediante agendamento através da linha, sendo que tentativas devem ser denunciadas às autoridades.
A mudança de frequências vai fazer com que a minha zona fique coberta com TDT?
Não: a cobertura da rede TDT não é afetada pela mudança de frequências. Mas todo o território nacional é coberto pela rede TDT, seja pela via terrestre (com a tradicional antena) seja pela via DTH (Direct To Home – através de uma antena parabólica). Ora, o acesso à rede é sempre gratuito e tem de ser garantido pelo operador. Aliás, numa carta dirigida aos utilizadores do serviço, a ANACOM diz mesmo que “caso esteja numa zona de receção por satélite, (…) até 2023 a MEO está obrigada a comparticipar os descodificadores de satélite”.
Estes descodificadores estão disponíveis em formato kit com um custo de 70€ (após a comparticipação, ficam a 30€), sendo que cada casa tem direito a dois kits comparticipados se “se estiver em zona de cobertura Complementar via satélite (DTH) e se não existir um serviço de televisão paga nessa morada”. Todas as informações estão disponíveis no site da MEO dedicado à TDT.
Tenho serviço de televisão paga. Serei afetado?
A resposta é: depende!
A MEO está a aproveitar para fazer uma mudança no seu serviço de televisão sem box e que implica uma nova sintonia dos canais, justificando-se com “alterações das frequências da TDT”. Ao todo, foram migrados mais de vinte canais de uma grelha para a outra (consulte a nova grelha). A NOWO também fez o mesmo, passando a disponibilizar 90 canais digitais e 30 analógicos, mas justificou-se com melhorias no serviço, tornando-o “exclusivamente digital”.
Quanto aos outros operadores, NOS e Vodafone, até ao momento da publicação deste artigo, não eram conhecidas intenções de mudanças nos serviços.